Escola sem Partido gera debates – entenda o que é!

O programa Escola sem Partido é um movimento político que teve o seu início em 2004, mas gera muitas discussões e debates, pois muitos pais de alunos acham que o ato é uma doutrinação ideológica.

Todos os princípios dessa questão estão em um projeto de lei que será votado na Câmara.

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O que é?

O movimento busca com essa proposta estabelecer que cada sala  de aula tenha um cartaz especificando os deveres dos professores, como: para não incentivar nenhuma corrente partidária, ideológica ou política.

A deputada estadual do PSL, no estado de Santa Catarina, Ana Caroline, usou as redes sociais para incentivar estudantes a gravarem os seus professores.

Isso tem o objetivo de denunciar os mesmos em caso de manifestações do tipo ou algo que ofendesse a sua crença.

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Nessa postagem que deu o que falar, ela disse que muitos professores eram doutrinadores e estavam revoltados pela vitória do presidente Jair Messias Bolsonaro.

A imprensa

À BBC News Brasil, alunos disseram que o que foi pedido por Campagnolo já acontece frequentemente nas salas de aula no Brasil.

A ideia inicial do movimento é insistir na defesa dos direitos dos pais perante o ensino dos seus filhos, para que assim as crianças sejam criadas e educadas de acordo com a moral de cada família e as suas convicções.

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Isso representa que os professores devem repassar apenas conteúdos em sala de aula que as famílias aprovem, ação que os apoiadores do movimento aprovam muito.

A escola

O coordenador do Movimento Educação democrática e professor na faculdade de educação na Universidade Federal Fluminense, Fernando Penna, disse que essas ideias já estão bem visíveis na escola.

E que ele é um privilegiado, pois já foi até 23 Estados no Brasil dando palestras sobre o assunto e em todos ele encontrou professores que foram pressionados para realizar as atividades ou se não, denunciados. 

O Facebook também é um local onde esse assunto gera muito debate, principalmente com a página Escola Sem Partida, que tem quase 200 mil curtidas e sempre posta vídeos, fotos e textos.

Segundo Fernando Penna, essa é uma estratégia do programa para gerar um pânico moral.

E, de acordo com ele, o movimento explora as situações, usando casos extremos para fazer com que as pessoas pensem que isso ocorre em todo o Brasil, uma espécie de ideologia de “criar uma doença para vender uma cura”.

A Escola sem Partido

Em uma entrevista à BBC News Brasil, no ano de 2016, o advogado e fundador do Escola Sem Partida, Miguel Nagib, ressaltou que os deveres dos professores estabelecidos pelo movimento são apenas alguns limites.

E estes são sempre éticos e jurídicos e que não importa qual for a preferência política ou ideológica do professor, ele deverá respeitar os limites.

Ele ainda se declara a favor da liberdade de consciência dos alunos, porém, ressalta que dentro de uma sala de aula, nenhum dos dois lados deverá ter a liberdade de expressão nesses assuntos.

Ainda segundo Miguel Nagib, a presença dos alunos em escolas sempre será obrigatória, mas a sala de aula não é um Facebook, onde cada pessoa fala o que quer a qualquer momento e, sobre qualquer assunto.